terça-feira, dezembro 03, 2013

Ainda um pouco de Educação

Não queria voltar a este tema, mas a estupidificação de um povo e o "gozo" infernal que lhe é dado por uma cambada de usurpadores obriga-me a exorcizar este mal-estar.
É muito interessante observar o "jogo" político e social que está imerso neste imenso pantanal que é Portugal. Ontem, mais uma vez, vimos como se consolidam os protectorados e como se continua a gozar (para não dizer um palavrão!) com uns e outros. Vamos lá falar direito: só os professores formados há (até) cinco anos é que podem estar "não aptos para a docência" e, por isso, devem fazer uma prova? Quer isto dizer que quem tem tido ao longo dos anos uma atitude estanque e mumificada nas escolas, não investindo em qualquer formação que lhe permita evoluir, é bom professor? Então e quem ao longo de seis, sete, oito, nove anos ou mais tem trabalhado em escolas, centros de formação, escolas profissionais, aec e afins? Estes últimos, pela contagem do Ministério, não têm (muitos deles) nem três anos de serviço, mas têm entre seis a nove de experiência! O que é um professor experiente? São muitas e variadas as cores com que se pode pintar um burro, mas ele não deixa de o ser! O protectorado é algo que eu tenho acompanhado ao longo dos tempos até por aquilo que andei a fazer nos meus tempos de estudante. Na Faculdade, e presente em muitas reuniões do Conselho Pedagógico, pude ser daqueles que olharam para o processo de criação de novos cursos como algo muito duvidoso! Sim, garantia o lugar aos professores, mas garantia uma vida de miséria a quem frequentasse cursos de saída duvidosa! Depois veio Bolonha e, mais uma vez, era obrigatório que tudo fosse aceite como os Ministérios e a Europa diziam, pois garantia-se a propina dos três anos e ainda haveria propinas para mais dois (mais caras estas). E nós, os alunos, lá íamos referindo que era uma estratégia manhosa que faria com que os profissionais saíssem com menos competências do que frequentando o modelo antigo. Claro que nada disso foi aceite como justificação e, sempre pensando em preservar lugares e ter o máximo de cabeças nas salas, tudo foi avante!
Agora? Agora é o silêncio das Universidades e dos Politécnicos. Agora é ver o meu Reitor a dizer que a guerra deles é outra e não podem dar atenção a esta ridicularização pela qual as Universidades e os Politécnicos estão a passar. Mas qual é a guerra deles? Bem, preservar lugares e conseguir garantir o emprego de professores. É o que sempre fizeram! Pensam mal? A garantia dos lugares dos professores não existe! Vai haver um dia em que ninguém se vai inscrever nos cursos de ensino superior por tudo isso não passar de um engano e tudo colapsa! Será que ainda ninguém se apercebeu que estamos a chegar ao ponto do desinteresse total? As pessoas emigram porque o país não as quer e as manda embora, não só com as palavras dos políticos mas também com a ridícula oferta de condições de trabalho e de pagamento. Vai chegar o dia em que as pessoas não se irão inscrever no ensino superior porque as suas universidades ou politécnicos, quando é preciso defenderem os seus alunos ou ex-alunos, os tratam como gado já transaccionado: não é problema deles!

Neste país quem defende as novas gerações? Ninguém, pois não fazem parte do protectorado! Por isso, vão gozar com outro!

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